A Secretaria Estadual de Saúde do Piauí já confirmou 10 casos de morte por Dengue neste ano de 2024 no Estado. O último caso foi Rafael Lira Matias, de 5 anos, que faleceu no último dia 7 de maio vítima de dengue. Nesta segunda-feira (20), a médica pediatra e mãe de Rafael, também, faleceu num hospital particular de Teresina (PI) e a principal suspeita é que tenha sido vítima de Dengue. A confirmação da morte por dengue deve sair em três dias.
Agora, a Fundação Municipal de Saúde (FMS) de Teresina quer saber se há algum fator genético que pode ter contribuído para o agravamento do quadro de mãe e filho. A médica infectologista da Diretoria de Vigilância e Saúde da Fundação Municipal de Saúde (FMS), Norma Salmito, disse à imprensa, que para saber dessa possível situação genética teria que ser realizado exames específico com análise genético da família. Porém, ainda é preciso aguardar a chegada do exame que confirmará a causa da morte da médica.
Mesmo ainda sem confirmação, o caso da médica e do seu filho, alertou a população do estado sobre os perigos da Dengue que pode ter agravamento e se tornar fatal. Por isso, as autoridades destacam que o maior combate continua sendo a prevenção em não deixar água parada em qualquer local, para evitar a proliferação do mosquito que é transmissor do vírus da doença.
DENGUE
A dengue faz parte de um grupo de doenças denominadas arboviroses, que se caracterizam por serem causadas por vírus transmitidos por vetores artrópodes. No Brasil, o vetor da dengue é a fêmea do mosquito Aedes aegypti (significa “odioso do Egito). Os vírus dengue (DENV) estão classificados cientificamente na família Flaviviridae e no gênero Flavivirus. Até o momento são conhecidos quatro sorotipos – DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4 –, que apresentam distintos materiais genéticos (genótipos) e linhagens.
As evidências apontam que o mosquito tenha vindo nos navios que partiam da África com escravos. No Brasil, a primeira epidemia documentada clínica e laboratorialmente ocorreu em 1981-1982, em Boa Vista (RR), causada pelos sorotipos 1 e 4. Após quatro anos, em 1986, ocorreram epidemias atingindo o estado do Rio de Janeiro e algumas capitais da região Nordeste. Desde então, a dengue vem ocorrendo de forma continuada (endêmica), intercalando-se com a ocorrência de epidemias, geralmente associadas à introdução de novos sorotipos em áreas indenes (sem transmissão) e/ou alteração do sorotipo predominante, acompanhando a expansão do mosquito vetor.
Aspectos como a urbanização, o crescimento desordenado da população, o saneamento básico deficitário e os fatores climáticos mantêm as condições favoráveis para a presença do vetor, com reflexos na dinâmica de transmissão desses arbovírus. A dengue possui padrão sazonal, com aumento do número de casos e o risco para epidemias, principalmente entre os meses de outubro de um ano a maio do ano seguinte.
Todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis à doença, porém as pessoas mais velhas e aquelas que possuem doenças crônicas, como diabetes e hipertensão arterial, têm maior risco de evoluir para casos graves e outras complicações que podem levar à morte.