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Um decreto, com validade de 90 dias, do Governo do Estado reconheceu 82 cidades  em situação de emergência devido à seca e estiagem,  sendo uma delas reconhecida pelo Governo Federal. Uma das justificavas para o decreto é a previsão de poucas chuvas para dezembro deste ano, e janeiro e fevereiro de 2025. O decreto de emergência é uma medida tomada pelo governo estadual ou federal que reconhece que terá de enfrentar uma situação fora do comum e que o município não tem recursos para controlá-la sozinho. Com o decreto, o poder público pode fazer compras de insumos ou serviços para combater a situação de forma emergencial e rápida. No Piauí a previsão de poucas chuvas não foi a única justificativa para o decreto. Grande parte do estado já sofre com a falta de água há cerca de seis meses, sendo a principal região a sofrer com a estiagem, que é um período de poucas chuvas, a sudeste do Piauí. Outra consequência é que 90% da bacia hidrográfica do Rio Parnaíba, a maior do estado, está em cota de estiagem. E em muitos reservatórios a água está acabando. A Barragem de Cajazeiras, uma das maiores do estado, por exemplo, pode armazenar até 24 milhões de m³ de água, mas em novembro tinha apenas 2 milhões, o que representa cerca de 10% da capacidade do reservatório. Uma das cidades mais afetadas é Betânia do Piauí, que foi a única até o momento dentre as 82 cidades do estado, que recebeu reconhecimento federal de situação de emergência. O munícipio não possui um sistema de abastecimento de água e nem barragem de grande porte. Cerca de 82% da população depende do abastecimento através de carros pipa. O diretor de resposta da Secretaria da Defesa Civil (Sedec), José Inácio Sobrinho, disse que sem o auxílio necessário as essas cidades a seca pode trazer uma falta de água para pessoas, animais e zonas urbanas. “Solicitamos a prorrogação do decreto, pois, tivemos um período de bastante seca, então existe um risco enorme de falta de água para animais, pessoas e até mesmo em algumas zonas urbanas. Com essa prorrogação, podemos dar uma maior assistência a nossa população”, disse. Confira mais Notícias as últimas noticias no Piauí na Net  Mas como enfrentar isso?  A Sedec informou que já credenciou 400 carros-pipa, dos quais 102 estão autorizados para atuação no abastecimento de água nos municípios com decreto de emergência provocados pela seca. No entanto, parte deste problema poderia ter sido resolvido de outro modo, com a construção da Adutora do Sertão do Piauí.  A construção da adutora foi uma determinação da justiça através de um pedido do Ministério Público Federal (MPF) e Ministério Público do Piauí (MPPI) há nove anos, em 2015. A determinação diz que a União e o Governo do Piauí devem construir a adutora com o objetivo de ter medidas definitivas para enfrentamento da seca. A adutora deverá captar a água de poços jorrantes do município de Cristino Castro, Sul do estado, e resolveria o problema de pelo menos 51 cidades que sofrem todos os anos com a falta de água na região, beneficiando ao mínimos 600 mil pessoas na distribuição.  A União, por meio da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), liberou no inicio de 2024, R$ 2,3 milhões para a construção e conclusão da primeira etapa da adutora, que deveria ter sido entregue em agosto de 2024. No entanto, apenas a observação dos poços e prova de viabilidade real da obra foi realizada. Ou seja, apenas o estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental da obra e sem a entregada da primeira etapa da obra de fato.  Em novembro a Sedec, responsável pelo gerenciamento da obra, afirmou que ainda continua realizando o estudo de viabilidade técnica e que teve uma reunião com o MPF para tratar do atraso da obra. Sem respostas a população vive uma vida sofrida, onde a única certeza é a seca. Leia Também: Lagoa em parque de Teresina é interditada por risco a saúde humana