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Litígio Piauí x Ceará: Laudo do Exército confirma que Serra da Ibiapaba está em território piauiense

Em nota divulgada neste sábado (29), a Procuradoria Geral do Estado do Piauí (PGE-PI) avaliou como positiva a perícia do Exército sobre área de litígio entre o Piauí e o Ceará. Segundo a nota, o Exército confirmou a tese piauiense de que a Serra da Ibiapaba está totalmente em território piauiense. A perícia foi entregue na sexta-feira (28) ao Supremo Tribunal Federal (STF), que agora vai analisar o documento na ação cível originária (ACO) que o Estado do Piauí move para que a Justiça declare a linha divisória com o Estado do Ceará. O motivo é uma área de 2.817 km2 que pertence ao Piauí vem sendo ocupada há séculos por cearenses. A PGE-PI destacou que o Exército confirmou que o divisor de águas indica que a Serra da Ibiapaba está integralmente dentro do Piauí e portanto, “o Piauí tem direito ao dobro do que pediu no processo, pois o Estado do Piauí receberia uma área ocupada pelo Ceará de 6.162 km2”. O órgão do Governo do Piauí frisou também que o Exército considerou o Decreto Imperial 3.012, de 1880, como elemento-chave para o litígio territorial entre os dois estados, tese defendida pelo Piauí na ação do STF. Neste sentido, a perícia afasta as sustentações defendidas pelo Ceará, de que os limites definidos pelo IBGE seriam aplicáveis ao caso. “Não compete ao IBGE a definição e a representação legal de limites territoriais”, disse a nota da PGE. Os procuradores destacam que esse entendimento está alinhado com os precedentes do Supremo Tribunal Federal (STF), que afirmam que as divisas entre estados devem ser baseadas em critérios objetivos, em vez de subjetivos. “A decisão do STF enfatiza a importância de documentos históricos, critérios legais, cartográficos e marcos naturais na determinação dos limites territoriais”, afirmou a PGE. Com a confirmação da perícia, o Estado do Piauí possui direito à titularidade da área reivindicada, conforme critérios legais, documentos históricos, cartográficos e marcos naturais. “Essa sempre foi a alegação do Estado do Piauí e é a tese corroborada pela nossa Suprema Corte quando se posiciona sobre as divisas territoriais dos Estados”, destacou a nota. A partir de agora, o Estado do Piauí vai se manifestar no processo para obter mais esclarecimentos para um desfecho favorável na ação. A nota da PGE é assinada pelos procuradores do Estado Livio Carvalho Bonfim, Luiz Filipe de Araújo Ribeiro e Taynara Cristina Braga Castro Rosado Soares, além dos geógrafos e os assistentes técnicos Eric de Melo Lima e Marcos Pereira da Silva. Confira a íntegra da nota Entenda o caso No dia 24 de agosto de 2011, o Estado do Piauí entrou com ação no Supremo Tribunal Federal solicitando que a mais alta corte do país determine a linha divisória entre os Estados do Piauí e do Ceará. Hoje a divisa estadual configura uma área em litígio com área aproximada de 2.800 km², na região da Serra da Ibiapaba. A Procuradoria Geral do Estado do Piauí (PGE-PI) destaca que há mais de dois séculos a área vem sendo ocupada de forma irregular por cearenses, e por isso o Estado do Ceará passou a considerá-la como pertencente àquela unidade federativa. Em busca de justiça, o Governo do Piauí deseja recuperar o domínio de terras que sempre lhe pertenceram. Vários documentos históricos comprovam isso, segundo o geógrafo Eric Melo, que pesquisou o assunto para sua dissertação de mestrado. O especialista foi contratado pela PGE-PI para assessorar o órgão na ação no STF. Os documentos analisados por Melo provam legalmente que toda essa extensão, localizada no lado oeste da Serra da Ibiapaba e atualmente administrada por 13 municípios cearenses, sempre pertenceu ao Piauí. Ao todo, a região envolve áreas rurais de 13 municípios do Ceará e 9 municípios piauienses.

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Governo do Estado avança na finalização da linha de praia no litoral do Piauí

O Governo do Piauí, por meio da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), finaliza a nova proposta de demilitação da linha de praia no litoral piauiense, com encaminhamentos e recomendações, visando sua revalidação. O trabalho foi iniciado em 2018 e precisou ser interrompido durante a pandemia da Covid-19. Em maio de 2023, o projeto foi retomado, tendo sido concluído em 7 de junho, a partir de uma série de pesquisas com equipamentos de alta tecnologia e uso de drones. A ação foi realizada nas quatro cidades que possuem faixa de praia no litoral do Piauí: Ilha Grande, Parnaíba, Luís Correia e Cajueiro da Praia. A nova demarcação traz uma maior clareza sobre as áreas que podem ou não ser usadas por empreendimentos imobiliários e turísticos no litoral, além de evitar ocupações indevidas nas praias. A primeira delimitação de linha de praia foi realizada em 1999 e o Piauí é o primeiro estado a realizar o trabalho de demarcação de linha de praia e propor novas atualizações no país. Os Auditores Fiscais Ambientais, Felipe Gomes, Tânia Nolleto e Waneska Maria, e o Técnico em geoprocessamento do Centro de Geotecnologias (CGEO), Marco Aurélio Lira, integram a equipe da Semarh responsável pela execução do trabalho. Para a realização da ação, a equipe contou ainda com o apoio do professor Érico Gomes, doutor em Geologia, do Instituto Federal do Piauí (IFPI). O secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Piauí, Daniel Oliveira, explicou que os estudos foram finalizados a pedido da Superintendência do Patrimônio da União do Piauí (SPU-PI). “Iremos entregar o relatório técnico da nova linha de praia do litoral do Piauí para a SPU, para o Judiciário e ao Ministério Público, com participação de toda comunidade das cidades do litoral piauiense”, frisou o secretário. A partir do recebimento de todo o material coletado, a SPU realizará a homologação da nova linha de praia do litoral piauiense.

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